sábado, 17 de setembro de 2011

As origens da folia


As Festas do Espírito Santo são conhecidas pela designação genérica de “Impérios”. Na sua base são promessas individuais que intercambiam a graça Divina solicitada com o patrocínio de um Império, ou seja, de uma festa local de culto preciso: Igreja, Ermidas… cada local de culto, duma maneira geral, possui nas suas imediações dois edifícios de características rituais exclusivamente no âmbito dos Impérios: a Dispensa (copeira) e o Teatro.

Folia – Deriva do Francês “FoNe” (loucura, significa dança animada ao som do pandeiro ou adufe; espectáculo festivo, brincadeira, ruídos). Pensa-se que tem a sua origem no bodo da corte que animava as festas do Corpo de Deus. Tinha como função anunciar a procissão, abrir caminho, desfiar as pessoas.

O termo folião deve ter surgido em finais do século XV, principio do século XVI. Consta das Crónicas de D.João II no Cancioneiro de Garcia Resende. Os foliões são em número de três.

As folias são um elemento indispensável aos Impérios, por isso são tratadas com a máxima deferência. Tudo se move ao som rouco do tambor e das ordens dadas através das cantigas da folia.

São quadras mais ou menos improvisadas e como o andamento do canto é arrastado e cada verso repetido e o assunto mais ou menos conhecido, leva a que os companheiros da folia, por uma certa intuição, facilmente completem o pensamento do trovador.



Por Pe. Simões Borges
In “Graciosa, Guia do Património Cultural”