quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Império de São Mateus


Talvez despercebido aos olhares menos atentos, o Império de São Mateus encontra-se do lado direito da Igreja Matriz da Vila da Praia. Ou seja, a fachada está embutida no alçado frontal do corpo encostado à direita da igreja. 




O Império é delimitado pelos cunhais desse corpo, por um soco e por um frontão policurvado. 




O Império de São Mateus tem três vãos ao nível do piso térreo (uma porta e uma janela de cada lado) rematados em arco quebrado assente em impostas.

No tímpano que fica ao nível do piso superior deste corpo há uma óculo circular e, sobre o vértice do frontão, cortado, há um nicho com a coroa do Espírito Santo. 





A Igreja de São Mateus, elevada a Matriz em 1546, ocupa a zona norte do Largo Senador Vicente Ramos. O atual tempo foi aberto ao culto em 1896, no local onde existia outra ermida desde o século XV.






Trata-se de uma construção ampla, com um frontispício barroco e imponente. A sineira colocada no centro do frontão corresponde a uma tipologia pouco habitual nas igrejas açorianas, assemelhando-se à arquitectura religiosa do norte da Europa e dos Estados Unidos. 








segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Império da Fonte do Mato


No largo da Fonte do Mato destacam-se a Igreja de Santa Quitéria e da Senhora do Livramento e o Império do Divino Espírito Santo. 





É dos mais pequenos e singulares edifícios desta natureza construídos na Graciosa, destinados à exposição dos símbolos do Divino.

Das características que distinguem o Império da Fonte do Mato em relação à maioria, destaca-se as molduras, cunhais e cornijas que são de pedra à vista, enquanto noutros são pintados com cores fortes. 








O frontão, que é encimado por uma Cruz, mantém a forma triangular habitual, mas não apresenta janelas, nem a porta com arco de volta perfeita.

Desconhece-se a data da sua construção que é posterior à Igreja de Santa Quitéria. Esta foi edificada em 1853 para substituir uma ermida mais antiga do século XVIII.     





domingo, 22 de setembro de 2013

Império de Santo Amaro





Depois das férias, continuamos a mostrar os impérios da Graciosa. 

O Império de Santo Amaro, arredores de Santa Cruz da Graciosa, está edificado junto à ermida mandada construir nos finais do século XVII numa propriedade particular de um capitão-mor. 

A festa de Santo Amaro celebra-se a 2 de fevereiro e o bodo da irmandade era feito na Quinta-feira do Corpo de Deus. Com a eliminação deste feriado, a festa em honra do Divino Espírito Santo deverá passar para o dia 10 de junho. 















sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Império das Dores

 
 


Continuando a mostrar os impérios da Graciosa, esta semana ficamos mais próximo de “casa”.

O actual Império do Espírito Santo das Dores foi construído a meados dos anos 80 do século XX e substituiu o anterior que foi demolido aquando da abertura do ramal de acesso ao aeroporto.

 


Está do lado esquerdo da Ermida da Senhora das Dores, freguesia de Santa Cruz, fundada em finais do século XVIII (1793) por António Silva Sodré.


 


 
 
 
 
 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Império da Beira-mar


Dos dois Impérios do Espírito Santo construídos no lugar da Vitória, freguesia de Guadalupe, o Império da Beira-mar é o mais antigo.

Situado junto ao largo da Beira-mar, o actual edifício é de 1918 (o Império junto à Igreja de Santo António tem a data de 1944).

É, provavelmente, o mais pequeno edifício que serve de império da Graciosa e o único que não tem janelas.



 






Apesar da coroa em relevo na fachada, o frontão não se encontra encimado por nenhum símbolo do Espírito Santo que habitualmente, nos impérios mais antigos, seria uma cruz.   










quarta-feira, 24 de julho de 2013

Fora de época


O Grupo de Foliões de Santa Cruz da Graciosa continua activo mesmo fora do período habitual das coroações que, como se sabe, vai desde o domingo de Páscoa ao domingo da Santíssima Trindade.

No passado dia 7 de julho fomos convidados a participar na festa da família Andrade Silva, que também contou com a presença da Filarmónica Recreio dos Artistas, de Santa Cruz da Graciosa.

O cortejo atravessou, literalmente, a Vila de Santa Cruz, desde o Corpo Santo à baia da Barra onde se situa o hotel.

Aqui ficam algumas fotos do grupo, tiradas pelo senhor Jaime Ferreira, a quem agradecemos.














segunda-feira, 22 de julho de 2013

Império do Rebentão


O culto do Espírito Santo está presente na Graciosa desde o povoamento, conforme prova a Capela à terceira pessoa da Santíssima Trindade da Igreja Matriz de Santa Cruz, por exemplo, construída no século XVI.

Mais recentemente, foram construídos os “Impérios”, a maioria no século XX. São quase duas dezenas que se destacam na paisagem da ilha branca.

O nosso blogue pretende mostrar os Impérios da Graciosa nas próximas semanas.

Muitas destas irmandades celebram a festa do Espírito Santo desde o domingo de Páscoa até ao domingo da Santíssima Trindade. Outras, porém, fazem-no em datas especificas. É o caso do Império do Rebentão que dá o “bodo” num dos últimos domingos de junho.

Situado nos arredores de Santa Cruz, o actual edifício do Império do Rebentão foi construído em 1905 e encontra-se em bom estado de conservação.





É encimado por uma coroa, símbolo do Espírito Santo. Na Graciosa poucos exemplares são encimados por uma cruz, conforme teremos oportunidade de ver.








segunda-feira, 8 de julho de 2013

Dos foliões da ilha Graciosa *


Tal como nas outras ilhas, também na Graciosa o povo mantém bem viva a devoção ao Divino Espírito Santo.

O cumprimento de votos e promessas à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade começou, também nesta ilha, por estar intimamente associado ao temor da força dos elementos: o isolamento físico, as tempestades, os sismos, as línguas de fogo dos vulcões e outras calamidades... Não compreendendo os fenómenos naturais, era ao Espírito Santo que as nossas gentes, em fervorosa prece, recorriam para acalmar tamanhos castigos...
 
Festa do povo e para o povo, o Espírito Santo decorre desde o Domingo da Pascoela até ao Domingo da Trindade, e ainda depois deste pelo Verão adiante. Associadas a este culto temos a folga (festa profana) e a folia (festa religiosa) que se complementam e interpenetram. A folga é um sarau dançante em que homens e mulheres, rapazes e raparigas cantam e bailam danças populares. A folia é o tempo das coroações, dos bodos e arraiais em que tomam parte os foliões que cantam loas ao Divino.
 
Embora a origem dos foliões seja incerta, tornaram-se nos Açores inseparáveis das Festas do Espírito Santo, tal como no presente são as filarmónicas que os substituíram, ou coabitam com eles no cortejo processional (desde finais do século XIX, inícios do século XX).
 
Os foliões são indivíduos encarregados de anunciar, dirigir e orientar todas as cerimónias inerentes às festividades do Espírito Santo. Na fase primitiva desta festa, eles cantavam e dançavam ao mesmo tempo, quer nos cortejos, quer ainda dentro das igrejas, de mistura com as cerimónias do culto - práticas que viriam a ser proibidas em 1559 pelas constituições do Bispado de Angra. Proibidas mas nem sempre respeitadas. Por exemplo: ainda hoje, na ilha de S. Jorge, há foliões que cantam e dançam com rosquilhas na mão...
 
Nos tempos que correm, a acção dos foliões limita-se quase exclusivamente a acompanhar as Coroações e Mudanças de Coroa e a dirigir a Função em casa do Imperador. Através de quadras, entoam loas e cânticos, evocando santos, pedindo pelos irmãos do Império (os vivos e os defuntos), saudando os donos da casa que pagam promessas. Antes da refeição (que consiste nas afamadas sopas do Espírito Santo, carne e arroz doce, com "vinho de cheiro" a acompanhar), eles cantam às mesas e, no fim daquela, saúdam os presentes e as cozinheiras ou mestras das sopas.
 

 
Solenes e graves, estes verdadeiros "mestres de cerimónia" diferenciam-se de ilha para ilha, em termos de indumentária e cânticos. Na ilha Graciosa vestem opa de chita vermelha com estamparia de flores amarelas, largo cabeção sobre os ombros, gola e punhos brancos; em tempos mais recuados usavam, na cabeça, um lenço amarrado, à laia de turbante, com duas pontas caídas atrás.
 
Os foliões são em número variável, geralmente três: o "mestre", ou seja, aquele que "arma" cantigas e toca tambor; o porta-bandeira, que, tal como o nome indica, transporta, ao ombro, a bandeira, sendo esta encarnada, com o emblema do divino Paracleto ao centro, bordado a branco, e aos cantos a flor-de-lis na mesma cor, tendo no cimo da haste uma pomba branca de asas abertas); e o tocador de pandeiro ou pandeireta, ou ainda "testos" (sistros, pequenos pratos metálicos). Noutras ilhas eram (e são) utilizados o violão, a rabeca e os ferrinhos.
 
Vem tudo isto a propósito do disco "Foliões da Ilha Graciosa" (edição da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, 2007) que acabo de ouvir neste Domingo de Espírito Santo. E só posso estar de acordo com aqueles etno-musicólogos que apontam a existência, nesses cânticos, de uma combinação do cantochão das igrejas com música de influência hispano-árabe. A última faixa do CD ("São Mateus, Pedras Brancas - Foliões no cortejo do Divino Espírito Santo") é disso um claro exemplo.
 
De igual modo os foliões do lugar das Fontes, da freguesia da Luz e os da irmandade de Santo António (Santa Cruz) são também herdeiros dessa longínqua tradição que ecoa da fundura dos tempos...
 
O "mestre" canta/improvisa cantigas que depois os outros repetem. São as "loas" e "alvoradas", arremedos de antigos "romances", cantadas em tom arrastado, lúgubre e monótono.
A melodia tem características modais, com efeitos ornamentais: mordentes, grupetos, portamentos e glissandos.
 
Menino e moço, enquanto vivi na Graciosa, habituei-me a ouvir e a respeitar os foliões e, mais tarde, apreciei em Juventino Ramos o exímio cantador e o inesquecível folião. Aprendi, com estes homens sábios, a essência do Espírito Santo: o culto da dádiva e da partilha. E tive a sorte de ter, como pároco, o incontornável padre José Simões Borges que sempre aceitou e respeitou esta manifestação de religiosidade popular e que, dentro e fora da Igreja, me ensinou que a sabedoria representa um dos sete dons do Espírito de Deus.
 
E é imbuído deste espírito de dádiva e de partilha que Jorge Santos, técnico da competência e da irmandade dos afectos, em duas visitas à ilha Graciosa (2002 e 2006) recolheu e gravou, para memória futura, os elementos fonográficos incluídos no referido disco.
 
Escutemos, nele, os foliões Manuel Florival Sousa e Silva, António Francisco Bettencourt da Silva, Elmiro Manuel da Cunha Mendonça (FONTES), Gabriel da Silva Arruda, Hélio Manuel Gil da Silva, Emanuel da Costa Silva (LUZ), Francisco Silva Costa, Juventino Ramos Correia. Luís Cunha Costa (SANTA CRUZ), Lusitano António da Silva Pereira, Higénio Teodoro da Silva Pais (SÃO MATEUS) por darem expressão e conteúdo a uma tradição ancestral que faz parte do nosso imaginário.
 
Uma palavra de apreço à Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa pelo apoio que tem vindo a prestar às tradições musicais - que tanto valorizam e dignificam a "ilha branca".
 
Que seja tudo em honra e louvor do Divino Espírito Santo!
 
 
*Crónica de VICTOR RUI DORES
 
 
 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Santa Isabel


Celebra-se hoje, 4 de julho, o dia da Rainha Santa Isabel, a quem se deve a introdução em Portugal do culto do Espírito Santo que terá surgido no centro da Europa na Baixa Idade Média.

Na Graciosa, este culto à Terceira Pessoa da Santissima Trindade foi introduzido pelos primeiros povoadores no século XV e, pelo menos nas Igrejas da Misericórdia de Santa Cruz e da Praia e na Ermida da Senhora da Vitória, existem imagens da rainha santa.

Tendo vivido entre 1271 e 4 de julho de 1336, Isabel de Aragão casou-se por procuração aos 12 anos de idade com o soberano português D. Dinis.

A história mais popular da Rainha Santa Isabel é sem dúvida a do milagre das rosas. Segundo a lenda portuguesa, a rainha saiu do Castelo do Sabugal numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo Rei, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: São rosas, Senhor!. Desconfiado, D. Dinis perguntou: Rosas, em Janeiro?. D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que ocultara.

Isabel terá sido uma rainha muito piedosa, passando grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a sua morte. Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada pelo Papa Urbano VIII em 1625.



quarta-feira, 3 de julho de 2013

Domingo do bodo


Este ano, no domingo do Espírito Santo, o grupo de Foliões de Santa Cruz da Graciosa voltou a percorrer os vários bodos que se realizaram na Graciosa.

Fomos também aos lares da terceira idade da Santa Casa da Misericódia de Santa Cruz e da Santa Casa da Misericórdia da Vila da Praia, embora sem atuar neste ultimo porque após o jantar já alguns idosos tinham recolhido aos quartos. Ficará, certamente, para outra oportunidade.

Nessa tarde ainda participamos no programa "Hoje é Domingo", da Rádio Graciosa, que ficou registado neste video:






terça-feira, 2 de julho de 2013

Temporada 2013


Por razões várias, não tivemos oportunidade de atualizar o nosso blogue nos últimos meses, como gostariamos. Mas prometemos ser mais ativos nos próximos tempos.

Para já, para além da renovação da imagem, deixamos alguns momentos das atuações deste ano que, talvez por causa da crise, também foram menos em relação aos anos anteriores. 

Domingo, dia 7 de julho, ainda temos nova participação numa coroação particular, em Santa Cruz, na qual estará também presente a centenária Filarmónica Recreio dos Artistas.